sexta-feira, 6 de junho de 2008

JUSTIFICATIVA

A pesquisa sobre essa temática pautou-se a partir de leituras de Vygotsky e Lúria relacionadas ao desenvolvimento da linguagem, reportagens e observações no que se refere a utilização do software no contexto atual. A sociedade atual foi lentamente gestada, desde o Renascimento, nos século XV e XVI, quando surgiu a sociedade moderna tendo como base o princípio da ciência, encarnado pelo homem concebido por Descartes como ser do cogito. Este princípio foi introduzido, em substituição à base religiosa dominante durante toda a Idade Média, tornando-se aos poucos cada vez mais abrangente, contaminando a totalidade do tecido social.
Hoje, no entanto, podemos supor que um dos principais motivos de a ciência ser generalizadamente aceita como princípio social organizador está ligado menos à ciência em si e mais aos seus efeitos, ou seja, ao fato de ela produzir tecnologia e produtos derivados, como rádio, televisão, computador, automóvel, avião, medicamentos, etc. Assim, a tecnologia passou a ser entendida como a verdade da ciência. Para Lefèvre & Madeira (2007)
"No campo da saúde/doença, com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, acabou ficando claro não ser mais possível uma relação direta do homem com seu corpo e mente sem a mediação de uma expertise e de um conjunto de experts, que detém o conhecimento especializado sobre o corpo/mente-como-máquina (inclusive o conhecimento sobre o corpo/mente como máquina inconsciente). Mas, por outro lado, ficou também clara a necessidade de controle dessas instâncias mediadoras específicas pelo homem, buscando a recuperação da sua autonomia sobre a saúde e a doença e daquilo que, no fim das contas, é o seu corpo/mente. Em que termos pode ser colocada essa retomada da autonomia do homem sobre a sua saúde/doença junto às instancias mediadoras".
Fica evidente a atual necessidade do homem pela internet o que se questiona é quem regula quem. A internet veio como um meio para atingirmos nossos objetivos de forma mais ágil, ela veio para facilitar e ampliar o meio de comunicação. Porém o que se percebe é que o homem foi dominado pela máquina.
Para Lefèvre & Madeira (2007) essa difusão de informação vem empoderando o cidadão comum na medida em que, em tese, vem permitindo, no terreno da informação/conhecimento sobre saúde/doença, desbalancear a relação assimétrica profissional de saúde/paciente. De fato, a internet está mudando a dinâmica da comunicação em todo o mundo. Trata-se de um novo cenário com vários atores: o cidadão, a escola, a universidade, a empresa, a instituição não-governamental, o governo, todos atuando de alguma forma nos processos da tecnologia da informação, disponibilização de informações e inclusão digital (inclusão digital e combate à exclusão social e econômica estão intimamente ligados). Daí, toda a problemática da autonomia, da experiência vivencial com o próprio corpo/mente tende a ser, não importa se brutal ou gentilmente, desconsiderada ou subalternizada . Assim, caso os indivíduos "educados" – pelas propostas de educação em saúde, educação de pacientes, desenvolvimento de hábitos saudáveis, etc. – passem a ver e a gerenciar seu corpo em conformidade com o modelo do corpo-máquina, estariam deixando de ser indivíduos para funcionar como "marionetes de si mesmo".


METODOLOGIA E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A presente pesquisa será focada na pesquisa qualitativa, e a obtenção de dados será um Estudo de Caso onde será observado e entrevistado um grupo de pessoas específicas de um determinado ambiente. Agregada a ele será realizado estudos dos principais trabalhos já realizados e estudo de literatura pertinentes. Assim essa pesquisa constitui-se pelo Método Descritivo, que pretende descrever o fenômeno pesquisado de uma determinada realidade.
Entre as muitas tentativas de caracterização da abordagem qualitativa, Alves-Mazzoti e Gewandsznajder (2001), consideram como a principal característica das pesquisas qualitativas o fato de que seguem a tradição “compreensiva” ou interpretativa; ou seja, partem do pressuposto de que as pessoas agem em função de suas crenças, percepções, sentimentos e valores; e que seu comportamento tem sempre um sentido a ser desvelado. Dessa posição decorrem as duas características essenciais dos estudos qualitativos: visão holística, que parte do princípio de que a compreensão do significado de um comportamento ou evento só é possível em função das inter-relações que emergem de um contexto; abordagem indutiva, que parte de observações mais livres do pesquisador, deixando que as dimensões e categorias de interesse surjam progressivamente.
Considerando-se o critério de classificação proposto por Vergara (2005) quanto aos fins, a pesquisa realizada caracteriza-se como descritiva. Este tipo de pesquisa objetiva conhecer e interpretar a realidade sem nela interferir para modificá-la. Pode-se dizer que ela está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los
Quanto aos meios, a pesquisa realizada constitui um Estudo de Caso. Como estratégia de pesquisa, o Estudo de Caso contribui para aquisição de conhecimentos relativos a fenômenos individuais, organizacionais, sociais, políticos e de grupo, entre outros. Esta estratégia de pesquisa tem sido utilizada na psicologia, sociologia, ciência política, trabalho social, administração e planejamento social. Em todas as situações, a clara necessidade do Estudo de Caso surge do desejo de se compreender fenômenos sociais complexos.
No presente estudo, o instrumento de coleta de dados definido foi o grupo focal, o qual consiste num

método de pesquisa qualitativa que pode ser utilizado no entendimento de como se formam as diferentes percepções e atitudes acerca de um fato, prática, produto ou serviços(...) Trata-se de um tipo especial de grupo em termos do seu propósito, tamanho, composição e dinâmica. Basicamente, o grupo focal pode ser considerado uma espécie de entrevista de grupo, embora não no sentido de ser um processo onde se alternam perguntas do pesquisador e resposta dos participantes. (Carlini-Cotrim, 1996, p- 285-93)

Optou-se por realizar o Estudo de Caso em uma Lan House da Cidade de Caratinga selecionada aleatoriamente. Foram realizados dois encontros com duração de uma hora e meia com o respectivo grupo.
As entrevistas do grupo foi composta de forma semi-estruturadas e com perguntas relacionadas a utilização do software. As mesmas foram gravadas, transcritas e o resultado das transcrições foi submetido à análise de conteúdo qualitativa, na perspectiva de Bardin (1977).
Na fase de análise do material, os dados brutos foram trabalhados e decodificados, ou seja, foi feito recorte, agregação e categorização dos conteúdos de forma a facilitar a análise a ser realizada. Para a estruturação da categorização do material, tomou-se como base os objetivos desta pesquisa, acrescida dos seguintes critérios: Objetividade e fidelidade no processo de classificação, para evitar distorções e variações de juízos; categorias mutuamente exclusivas, evitando-se existência de ambigüidades; homogeneidade de categorias, ou seja, um único princípio de classificação existente; e a produtividade do conjunto de categorias, para fornecer índices de inferências para a análise pretendida e ainda gerar possibilidades de novas análises futuras.

REFERENCIAL TEÓRICO

O desenvolvimento da Linguagem

Uma nova linguagem, oriunda do mundo virtual, invade o mundo real e é usada nas mais diversas situações, chegando até mesmo ao ambiente escolar. Pois algumas pessoas não conseguem dissociá-la da língua formal e a usam inclusive na escrita em papel. O “internetês” é uma simplificação informal da escrita, consiste numa codificação que utiliza caracteres alfanuméricos. No início da Internet era utilizada apenas para Internet Relay Chat (IRC). Essa linguagem vem sendo adotada em celulares, fóruns da Internet e, por vezes, até no correio eletrônico.
Nunca a comunicação por intermédio da escrita e da leitura foi tão utilizada como nos dias de hoje. Com a difusão dos blogs, orkut, chat e até mesmo nos torpedos dos celulares, a linguagem peculiar da internet, invadiu a sala de aula e transformando-se em preocupação para os educadores. Não podemos nos esquecer, no entanto, que o modo de ver e interagir com o mundo, de sentir e de atuar são sempre orientados pelos meios de comunicação. O papel do educador é o de preparar o educando para usar criticamente as diversas formas de linguagens e também utilizá-las de maneira adequada.
Para Franzoia e Filho (2002)
Há quem suspeite que sim e culpe o pragmatismo dos usuários da internet por sua agonia. Na ânsia de se comunicarem num curto espaço de tempo, eles abreviam palavras ao limite do irreconhecível, traduzem sentimentos por ícones e renunciam às mais elementares regras da gramática. O resultado dessa anarquia comunicativa divide opiniões. Lingüista respeitado, o inglês David Crystal, autor do livro A Linguagem e a Internet, chama esses defensores da sintaxe de alarmistas e não prevê um futuro desastroso para a gramática por causa da rede. Lembra que a invenção do telefone provocou a mesma desconfiança dos estudiosos, preocupados com o risco de uma afasia epidêmica entre os usuários. Por incorporarem uma linguagem cheia de 'hã, hã' e 'alôs', eles corriam o risco de perder a capacidade de expressão e a sociabilidade. Não foi o que ocorreu, lembra Crystal. Ele faz uma previsão otimista: o jargão dos chats (salas de bate-papo) e dos blogs (diários que se tornam públicos) pode estimular outras formas de literatura e desenvolver o autoconhecimento do jovem, como percebeu ao analisar o conteúdo de blogs ingleses.
A linguagem é inata, mas o seu desenvolvimento acontece a partir das interações estabelecidas com o meio. E é nessa relação que o sujeito se apodera de novas formas de verbalizar com o mundo. A relação entre o pensamento e linguagem passa por várias mudanças ao longo da história de vida do indivíduo. Para Vygostsky (1991) a conquista da linguagem é um marco no desenvolvimento do homem. Para este mesmo autor
Signos e palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas. As funções cognitivas e comunicativas da linguagem tornam-se, então, a base de uma forma nova e superior de atividade nas crianças (VYGOSTAKY, 1984, p.31)
A função primordial da fala é a comunicação, ela é impulsionada por este objetivo; comunicar seja verbalmente e não-verbal. No contexto atual a comunicação tornou-se princípio único, e os meios de sua utilização são inúmeras desde o telefone ao msn. O que a diferencia e como eu utilizo esses mecanismos.
Muitas vezes utilizamos a Estenografia uma escrita simplificada do original, que tem o mesmo objetivo de aproveitar melhor o tempo e o espaço, assim como o internetês. Para a professora Sylvia Bittencourt
a saída, é saber impor limites. Como tudo na vida, é preciso ter bom senso e saber a hora de usar as coisas". Ela mesma garante que, em conversas informais pela Internet, usa recursos do internetês. "O beleza vira blz; o beijo se transforma em bj e assim por diante faz parte. (http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm)

O software: MSN

MSN Messenger é um programa da mensagens instantâneas criado pela
Microsoft Corporation. O programa permite que um usuário da Internet se relacione com outro que tenha o mesmo programa em tempo real, podendo ter uma lista de amigos "virtuais" e acompanhar quando eles entram e saem da rede. Ele foi fundido com o Windows Messenger e originou o Windows Live Messenger.
O pioneiro nesse tipo de aplicação foi o
ICQ que em 1997 revolucionou o conceito de mensagens instantâneas online. Porém nos últimos anos o MSN tem conquistado cada vez mais adeptos em Portugal (embora na Europa o mensageiro mais utilizado continue a ser o ICQ) e se tornou líder do segmento no Brasil, onde é consistentemente um dos programas mais baixados nos sites de downloads locais.
O sucesso do MSN Messenger pode ser explicado por ele ser integrado ao serviço de
e-mail Hotmail, por ser incluso com o Windows XP e por ter uma intensa publicidade junto ao público jovem. O MSN permite conversar online e em tempo real com amigos e familiares (wikipedia, 2007).


CRONOGRAMA

















RECURSOS
Para a pesquisa supra citada será utilizado internet, livros, revistas, gravador e orientação do professor da disciplina Psicologia sócio-histórica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BARRETO, R. P. Práticas de linguagem no contemporâneo. Tangará da Serra: Sanches, 2004 BARRETO, Robério Pereira; BALDINOTTI, Sérgio, Ciberdiscurso e interculturalidade na Web. 2005;

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas,1991;
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade> Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisa, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. São Paulo: Atlas, 2002;
LEFÈVRE, Fernando & MADEIRA, Wilma.

Hipertrofia das mediações, internet e empoderamento, no campo da saúde-doença. Saúde e Sociedade ISSN 0104-1290 , Saude soc. v.16 n.3 São Paulo set./dez. 2007, www.scielo.com.br, 16 de maio de 2008;

PESSOA, Luciana Fontes Pessôa.Fala materna em cenários comunicativos específicos e o desenvolvimento da linguagem: um estudo longitudinal. TESE DE DOUTORADO DEFENDIDA EM MARÇO DE 2008 NO RJ;

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